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Partilho o meu testemunho pessoal em conferências, entrevistas nos meios de comunicação e visitas as escolas.

Desenvolvi um pequeno manual para escolas sobre deficiência e bullying 

O meu testemunho

Nasci em 1992, prematura. A algures entre o meu nascimento e a minha passagem para a incubadora, fiquei sem de oxigénio, o que me provocou lesões cerebrais que me afetam a marcha e equilíbrio. A minha condição é chamada de paralisia cerebral.

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A minha passagem pela escola não foi muito fácil. Alguns professores não acreditavam nas minhas capacidades, alguns colegas faziam troça de mim por causa da maneira como eu ando. Pensava que tinha nascido inferior, defeituosa. O que eu mais desejava no mundo era ser normal, igual aos outros. Sabia que sofria de discriminação, mas, lá no fundo, pensava que as pessoas que me discriminavam tinham razão.

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Durante a minha adolescência e início da vida adulta, tentava a todo o custo “compensar a minha deficiência”: fazer mais coisas, esforçar-me mais, mostrar que era capaz. No entanto, apesar das minhas conquistas, sentia um grande vazio – eu não me aceitava como sou.

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A dado momento, achei que já era altura de tentar aceitar quem eu sou. Contactei outras pessoas com deficiência, fiz pesquisas – e foi aí que percebi o que significa capacitismo e os impactos que tem na vida das pessoas com deficiência. Descobri que o capacitismo é mais do que o insulto, o descrédito. Capacitismo também inclui a falta de acessibilidade, o uso das pessoas com deficiência como símbolos de inspiração. Todos estes aspetos têm um impacto negativo na vida de uma pessoa com deficiência.

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Quando falamos em deficiência, também devemos ter em conta a maneira como a deficiência é percecionada. Na área de estudos da deficiência, existem vários modelos estudados por autores que se dedicam a perceber como a deficiência é vista na sociedade. Quero-vos falar de dois modelos que são reconhecidos: O modelo médico e o modelo social.

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De acordo com o modelo médico, as pessoas com deficiência são percecionadas como incapazes. Neste modelo, a responsabilidade é posta na pessoa com deficiência, que deve superar as barreiras.

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Por outro lado, no modelo social, a responsabilidade é posta na sociedade, que previne a pessoa com deficiência de alcançar os seus objetivos. Este último modelo aproxima-se mais da realidade. Também nos ajuda a identificar que barreiras devem ser quebradas, permitindo-nos lutar pelos direitos das pessoas com deficiência, tais como a acessibilidade, habitação digna, educação e emprego.

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Segundo o Banco Mundial, 15% da população mundial tem alguma forma de deficiência e tem mais probabilidade de enfrentar problemas socioeconómicos do que as pessoas sem deficiência. Tudo isto deve-se à falta de oportunidades.

A desigualdade no que diz respeito à deficiência não é só um problema das pessoas com deficiência, é um problema de toda a sociedade. Conto convosco para se juntarem ao movimento pelos direitos das pessoas com deficiência para uma sociedade mais equitativa e justa.

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